Montanhismo e Liberdade

sexta-feira, 30 de junho de 2017

EXPEDIÇÃO ITATIAIA 2.0 - A Segunda vez é ainda melhor!

    
    Depois da Expedição Itatiaia em dezembro de 2015, que reuniu a Equipe Montanhismo e Liberdade e o Grupo de Esportes Radicais de Ubá - G.E.R.U em uma aventura até o cume do Pico das Agulhas Negras, do Morro do Couto e das Prateleiras, as equipes embarcam novamente numa aventura de tirar o fôlego, a Expedição Itatiaia 2.0.


Galera no trekking para a Pedra do Altar, com o Agulhas Negras ao fundo.


Dessa vez a expedição reuniu a galera de Viçosa, Ubá e Rio Pomba e se iniciou oficialmente na quarta-feira, 14 de junho, com a saída do Jean de Viçosa e da Natália de Ubá, para pernoitar na casa do Raul em Rio Pomba e de lá seguir viagem.

As 4 horas da manhã de quinta-feira encontramos com os outros integrantes da equipe, Alberto e Débora de Ubá e Gilcimar e Fabrício de Rio Pomba. Com o grupo completo seguimos viagem em direção ao Parque Nacional do Itatiaia, que é uma unidade de conservação brasileira de proteção integral localizada no maciço do Itatiaia, na serra da Mantiqueira, entre os estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais. Este foi o primeiro parque Nacional do Brasil, criado em 1937.
Depois de muita estrada, alguns erros e acertos no caminho, chegamos à portaria da parte alta do parque por volta das 11h e encontramos com o nosso guia Leonardo, que após acertamos a nossa entrada, informou que pelo horário avançado não seria possível fazermos o trajeto planejado que seria o Circuito Cinco Lagos com ida à Cachoeira da Aiuruoca, então seguimos pra um ataque bacana à Pedra do Altar, que tem 2.665 metros de altitude. Passamos pelo abrigo Rebouças e seguimos pela trilha até o cume. É um percurso leve, bem sinalizado e de fácil acesso. Pegamos o dia bem aberto, o que nos proporcionou várias imagens maravilhosas.
            No final desse dia seguimos até o bar do Miguelzinho para experimentar vários tipos de queijos e tomar aquele cafezinho. No caminho fomos presenteados com um pôr-do-sol deslumbrante. E logo em seguida seguimos para o sitio onde ficamos hospedados.





          Na sexta – feira, saímos bem cedo com a intenção de subir o Pico das Agulhas Negras, mas infelizmente não conseguimos vagas, pois o parque possui uma regra que só é possível subir 80 pessoas por dia. Então, após uma reunião rápida do grupo, optamos pela Prateleiras, que tem 2.540 metros de altitude. A caminhada até a sua base é leve e as trilhas são bem definidas. Entretanto em seguida se inicia um trecho de trepa-pedra e passagens estreitas formadas por grandes blocos rochosos, onde é necessário o uso de corda em alguns momentos. Quase no cume, é preciso superar o lance conhecido como "pulo do gato" e seguir em direção ao ponto mais alto das Prateleiras, onde encontra-se o livro do cume.

As Prateleiras, com 2.540 metros de altitude, é uma das ascensões mais difíceis e exaustivas do PNI.




               No sábado Débora e Alberto retornaram para Ubá. O grupo que ficou seguiu para o parque para subir o Pico das Agulhas Negras. Saindo um grupo às 3:30h da madrugada para garantir a vaga de todos, e o restante saindo as 6:00 horas  para estar na portaria as 7 horas em ponto, e assim começar a subida rumo ao cume.
             O pico das agulhas negras tem 2790,94 metros de altitude, é o quinto ponto mais alto do Brasil. A caminhada até o cume não é simples, é necessário ter um guia e equipamentos de segurança. A visão lá de cima é incrível. E para assinar o livro é necessário uma descida de rapel e depois escalar.

Pico das Agulhas Negras, uma formação rochosa intrigantes e desafiadora.

          No domingo outros dois integrantes, Fabrício e Raul, retornaram para Rio Pomba. Restando apenas Natália, Jean, Gilcimar, o guia Leonardo e o outro guia Clauber, que também nos acompanhou nesse último dia de aventura.
          Chegamos na portaria às 7 horas com rota traçada para a Pedra do Sino e de cara os termômetros marcando -5 ºC. Saímos em direção à Cachoeira do Aiuruoca via Circuito 5 Lagos já em busca do famoso gelo do Itatiaia. Durante a caminhada foram várias surpresas, para começar foi a primeira trilha crocante que fizemos na vida. A lama estava congelada e quando pisávamos fazia som de gelo se quebrando, uma pequena amostra do que estaria por vir. Mais adiante chegamos ao primeiro lago, que estava congelado. Uma camada de gelo de mais de meio centímetro de espessura cobria todo o lago. Estava ali. A nossa recompensa. Além da paisagem fantástica, com céu aberto e sol brilhando, o toque branco do gelo no verde do capim e no cristalino das águas nos dizia que vale a pena. Passamos também pelos Ovos de Galinha, uma formação rochosa com 2.400 metros de altitude.
              Enfim, chegamos à Pedra do Sino, uma montanha belíssima com 2.670 metros de altitude, sendo a 9° maior do Brasil. A trilha oferece um visual incrível do parque e é esta muito bem sinalizada. A subida é feita em rampões de pedra que desgastam um pouco as pernas, mas nada que prejudique a apreciação do visual maravilhoso.

Pedro do Sino de Itatiaia, a nona maior altitude do país, com 2.670m e um visual belíssimo de todos os principais picos do PNI.












          O Parque Nacional do Itatiaia é o paraíso do montanhismo no Brasil, pois oferece varias opções de passeios sempre com paisagens incríveis, possui quatro das quinze maiores altitudes do país e o clima simula um pouco o que os montanhistas enfrentarão em algumas montanhas da América do Sul. 
              A Expedição Itatiaia 2.0 foi um sucesso do inicio ao fim, pegamos o clima bom todos os dias, o que nos proporcionou um aproveitamento bem maior da expedição. Deixamos nosso agradecimento especial à equipe do Montanhas do Itatiaia, guia Evandro Azevedo, Leonardo e Clauber que com muito carinho e profissionalismo nos acolheu e possibilitou que essa expedição acontecesse. Indicamos a todos e todas que querem conhecer o Itatiaia que façam contato com eles, pois tem um conhecimento vasto da região e estão prontos para qualquer aventura.


quinta-feira, 27 de abril de 2017

Como surgiu o montanhismo no Brasil?




O Montanhismo é para uns um esporte, para outros uma filosofia de vida e ainda para outros um hobbie. Ele é daqueles esportes que ou você ama ou você ainda não experimentou verdadeiramente a sua essência.
O ato de subir montanhas por prazer, pelas paisagens, pela energia boa, pelo desafio de si mesmo é mais antigo do que se pode imaginar, é dado pelos praticantes como um data impossível de se precisar. Nem mesmo no Brasil, onde o montanhismo os registros são relativamente não muito antigos (cerca de quase 2 séculos), não há consenso.

Marco inicial: Quais são os melhores critérios?
O historiador do montanhismo brasileiro Rodrigo Granzotto Perón já contribuiu muito gerando seus bancos de dados sobre as expedições brasileiras na Ásia. Ele faz uma longa reflexão a seguir, com sugestões de critérios que deveriam ser usados na escolha do marco inicial do montanhismo no Brasil.
“Como marco inicial do montanhismo brasileiro, temos que descartar a 1ª subida do Pão de Açúcar (1817), a 1ª ascensão da Pedra do Sino (1841), e a 1ª escalada do Monte Roraima (1884), pois essas conquistas foram feitas por estrangeiros. Eu também não colocaria a 1ª escalada do Pico das Agulhas Negras (1856), mas essa não foi uma ascensão “completa”, já que José Franklin Massena não prosseguiu até o cume verdadeiro, parando em uma antecima (o cume foi tocado pela primeira vez apenas 40 anos depois)”. Perón continua:
Também eu descartaria a 1ª subida do Pico da Bandeira (1859), pois essa foi feita a mando de D. Pedro II, e a expedição foi apenas uma decorrência do imperialismo. Restam, portanto, três datas importantes do montanhismo brasileiro, em minha opinião:

1879: 1ª subida do Marumbi – Olimpo
Essa ascensão foi importante, pois foi “a primeira equipe de montanhistas reunidas no país, tendo como finalidade essencial realizar uma escalada esportiva de montanha” (como registrado por Cris Costa no Atlas do Esporte no Brasil).




1912: 1ª subida do Dedo de Deus
Essa foi a primeira escalada técnica em uma parede realmente difícil e desafiadora, e uma ascensão que realmente teve impacto na comunidade alpinística brasileira.




1953: 1ª escalada brasileira de um pico elevado no exterior – Aconcágua
O cume do Aconcágua foi uma espécie de rito de passagem para o montanhismo nacional, mostrando que os brasileiros podiam fazer bonito no exterior também, e não apenas em solo pátrio.




Perón finaliza sua reflexão com a seguinte afirmação: “Eleger um dos três – ou outro marco qualquer – é puramente arbitrário, e sem qualquer critério científico, sujeito a críticas e a contestações”.

O fato é que a prática do montanhismo vem crescendo muito no Brasil, mas ainda precisa de muito incentivo, apoio e compreensão por parte da sociedade. E a Equipe Montanhismo e Liberdade vem fazendo a sua parte pra que isso aconteça.

domingo, 16 de abril de 2017

Travessia Prados X Tiradentes [Serra de São José - MG]



E assim começa mais uma aventura, planejada e sonhada por todos!

Partiram de Viçosa Jean e Ernandia em um carro às 4h da madrugada, chegando em Ubá as 5:15h. Feito o contato com o pessoal do outro carro, que eram Lúcia, Jr., Wanderlice e Eduardo, que logo chegaram, então começamos nossa aventura rumo a Tiradentes.

Passando pela serra de Santa Barbara, que serração! E como não ficar deslumbrado com a natureza, essa que encanta e nos proporciona sentimentos escondidos em nós. O céu foi se abrindo pelo caminho, foi ficando azul, e o sol levemente tímido foi se revelando pleno decorrer do percurso.

Chegamos em Tiradentes e nos dirigimos diretamente para o Camping Tiradentes, lugar agradável de grande beleza, de encontro de rios, vários pontos de luz e água encanada, de árvores frutíferas que Ernandia já foi se engraçando com um pé de mexerica, como disse Wanderlice “candongueira”, para quem nunca ouviu como eu, significa fofoqueira traduzido pela própria Wand, que se deliciou e muito, com os gomos das mexericas.

Após Ernandia analisar bem o camping, checando os pontos certos para não haver surpresas de alagamento, fomos montar nossas barracas. Com as barracas montadas partimos para conhecer a cidade. Porém, antes precisávamos recarregar as energias, então paramos em uma padaria para tomar café e comer as delicias locais. Agora sim, podemos ir! 

Com um mapa de agência de viagem, que localizava os atrativos paramos no jardim em frente ao Rio das Mortes e definimos nosso roteiro, que seria visitar a pé as igrejas e demais atrativos na redondeza e depois, de carro, conhecermos a cachoeira do Paulo André. 

A primeira visita foi na igreja de Santo Antônio, construção belíssima com um visual ainda mais belo para a serra de São José desde o jardim da igreja Lucia, Jr, Ernandia, Jean e Cleide, Eduardo e Wand entraram para visitar seu interior pois e uma das três igrejas do pais com 400Kg de ouro em sua ornamentação, Eduardo queria saber dos números no piso de madeira, quando Wand contou que eram enterrados os moradores locais ali, logo um frio atravessou a espinha, e tratou logo de não pisar em nenhum número mais.

Seguindo o passeio fomos descendo as famosas ruas de casamento de pedra, com várias lojas de artesanato de encantar os olhos. Na praça com a estátua de Tiradentes decidimos pegar os carros e conhecer a famosa cachoeira do Paulo André, após informações subimos pela rua da igreja de São Francisco em direção ao bairro onde fomos informados que ficaria a cachoeira, após informações de moradores locais, chegamos ao local onde indica a trilha do carteiro, descemos e continuamos nosso percurso a pé onde avistamos as deslumbrantes borboletas Morfo Azul (Morpho menelaus). Seguimos trilha a cima passamos por duas pontes pequenas de madeiras que eram a referência para a cachoeira, como não vimos voltamos, ao perguntar a uma turista recém entalada fomos avisados que se trata de uma pequena queda d’água. Outra turista que também procurava a cachoeira nos sugeriu que visitássemos a cachoeira que fica na estrada velha sentido São João Del Rei e assim fizemos.

Após visitação fomos informados que na cidade vizinha de Santa Cruz de Minas tinha um restaurante em um posto de gasolina com comida caseira e preço acessível, nos dirigimos para lá pois já era por volta das 12 horas, encontramos e nos deliciamos com uma comida com sabor especial e principalmente mineira.

Após o almoço o grupo se dividiu em quem queria conhecer São João Del Rei e suas belezas e os que queriam ir descansar, o grupo de São João o qual eu estava vou em busca das famosas cocheiras da região, a aventura foi boa, ao perguntar em um restaurante na beira da rodovia, fomos orientados a entrar em uma rua de terra ao lado, ao entrar e seguir o caminho enformado fomos parar em um acampamento de ciganos, onde uma senhora lavava roupa em uma bacia, nos orientou a caminho certo. Voltamos e pegamos a direção da cachoeira dos três poços, porteira fechada e tínhamos que andar uns 40min. por trilha, como o almoço já pesava decidimos voltar para o acampamento para descansar. Passamos na rodoviária contratamos a táxi que nos levaria até Prados.

Já depois do descanso e banho merecido veio a noite com seu céu de estrelas que só quem admira sabe o valor que tem. Sopa quentinha, um bom vinho com os amigos que quiseram ficar e papear, assim que fomos nos recolhendo os companheiros de badalação foram chegando, em então hora de arrumar as cargueiras para a tão esperada travessia.

Acordamos as 5h e Jean e Ernandia já tinham esquentado a água para nossos cappuccinos, café da manhã tomados, barracas desfeitas e nossos táxis chegam pontualmente 6h. Embarcamos ruma a Prados, estrada mostrando o tempo todo a serra que nos esperava, fomos deixados na estrada que dá acesso a entrada do caminho perto de uma estação de água da COPASA. Caminhamos e já avistamos a placa de entrada e paramos para a primeira foto de registro do grupo.









Caminhamos até chegar na casa de construção onde o GPS nos indicou que deveríamos atravessar a cerca de arrame e seguir pelo pasto acima como a rota do Chico trekking nos dizia fazer. Após subir mais alguns metros chegamos na casa de pedra construção perto da pedreira desativada, mais fotos registros e já avistamos um pequeno lago de água, acabamos de subir e podemos avistar Prados, que bela vista, e pausa para o lanche, e avistamos ao longe um grupo de garotos subindo ao longe, acenamos e voltamos para nossa rota, continuamos e chegamos ao primeiro ponto de coleta de água onde enchemos nossas garrafas e tratamos com clorin como recomendado na rota. Caminhamos e chegamos ao primeiro acampamento onde deixamos as cargueiras e fomos até o Cruzeiro, que ali se encontrava o grupo de rapazes avistados antes, eles nos mostraram as cidades localizando São João Del Rei, Tiradentes e Bixinho um distrito, fotos para um registro no cruzeiro eles seguiram seus caminhos, e nós voltamos pegamos nossas cargueiras e continuamos, mais um ponto de água pela frente, passamos e seguimos rumo aos campos rupestres.




Caminhamos pelo precipício que era de uma beleza inexplicável, no meio da mata verde e fechada uma linda Quaresmeira se destacava e a brisa que nos oferecia um frescor revigorante. Por volta das 14h chegamos no segundo camping o que não tinha água, paramos para o almoço e merecido descanso, então ao verificar que tínhamos pouca água decidimos prosseguir e fazer a travessia apenas em um dia, mesmo com todos os equipamentos para acampar.


















Por volta das 16h chegamos na rota que nos levaria ao tumulo do carteiro, onde avistamos três rapazes que vinham da cachoeira e seguiria a trilha do carteiro, após conversas decidimos não ir no tumulo e seguir, ai vem um trepa pedra bem leve e mais uma serra bem puxada pois o cansaço o sol e a falta de água que já começava a faltar, paramos respiramos e continuamos.

Ao avistar Tiradentes e o som da maria fumaça nos enchemos de ânimo e acabamos de descer a serra, mais um ponto de coleta de água essa era especial o último como disse Ernandia, e com um brinde a mais, um mergulho de uma rã jovem, garrafas enchidas e fomos andando, pois, o sol já se despedia. Mas um pouco e o som da cachoeira nos fazia lembrar que o percurso estava no fim, alguns turistas acampando, outros na trilha de banho tomado. E ao escurecer nossas lanternas foram acionadas e um cheirinho de comida surgia no meio do mato!







E as 18:30 mais ou menos vimos as luzes da cidade o barulho de carros na estrada nos avisava que já estava acabando. Chegamos chamamos os táxis e mais uma vez registramos nossa vitória. Chegamos ao camping Tiradentes, tomamos um belo e maravilhoso banho e fomos nos deliciar uma pizza na cantina da Sandra. Voltamos ao acampamento repousamos e as 6h já estamos de pé para voltarmos para nossas casas e pegar o almoço de páscoa com nossos familiares. Em Ubá nos despedimos de Ernandia e Jean que seguiram para Viçosa, e lá conseguiram finalmente tomar o tão sonhado açaí da vitória.



terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

M&L na Travessia Petrópolis x Teresópolis [Serra dos Órgãos - RJ]

          
             Entre os dias 24 a 26 de fevereiro, a Equipe Montanhismo e Liberdade chega à uma das mais famosas do Brasil e tão sonhada travessia Petro x Terê. A travessia fica dentro do Parque Nacional da Serra dos Órgãos (PARNASO) e para realizá-la é necessário comprar os ingressos com antecedência.
Veja um pouquinho de como foi essa conquista!



Enfim, chegou o grande dia e o sonho já estava sendo realizado, saímos de casa de madrugada, com destino a Teresópolis onde contrataríamos um táxi que nos levaria para a portaria do Parque em Petrópolis. Chegando fomos resolver todas as burocracias de ingressos, comprovantes de pagamentos e termos de responsabilidade. Cada visitante recebe uma pulseira de identificação que poderia ser retirada do braço somente ao final da travessia. Ela identifica qual trekking estamos fazendo.

1º Dia - Portaria x Açu (XX Km)

Fomos liberados! Começamos a subida às 13h, subida íngreme, mas com trilha bem sinalizada. Depois de algum tempo de caminhada deparamos com uma cobra atravessando a trilha. Era uma linda e grande Jararaca que ao nos ver saiu de fininho e tomou seu rumo. Antes disso, corremos para fotografá-la pra poder mostrar para vocês!

A jararaca, uma das serpentes venenosas mais conhecidas do Brasil, é uma espécie típica de Mata Atlântica que possui hábitos noturnos e terrícolas.

Alguns morrinhos, vários passos dados e chegamos no chapadão, trecho tranquilo, com belas paisagens. O Sol já se retirava quando avistamos o Castelo do Açu, mas isso não nos impediu de fazer algumas belas fotos e de apreciá-lo. Ao chegar no abrigo, fizemos o check in e fomos montar as barracas na área de camping que fica um pouco acima do abrigo. Tomar um banho e preparar a janta. Nosso cardápio do dia? "Sopa" e refresco, prato ideal para recarregar as energias na noite fria.
No dia seguinte, acordamos com o tempo tomado pela neblina e subir o mirante era impossível. Fomos tomar o nosso café. Durante o preparo conhecemos dois mineirinhos de Valadares, o Daniel e o Henrique, gente finíssimas que pediram permissão para caminhar conosco o restante da trilha. Acabaram se tornando membros permanentes da equipe.






















2º Dia - Açu x Pedra do Sino x Portaria (XXY Km)

Todos preparados, hora de botar o pé na trilha rumo ao Abrigo 4, destino do segundo dia. Entre nós e ele estavam, além da Pedra do Sino, cinco vales. Era um sobe desce bastante exigente, mas quando se trata de montanha estamos sempre preparados.
O trajeto do segundo dia no sentido Petrópolís-Teresópolis traz três bons desafios, o Elevador, o Mergulho e o Cavalinho. São trechos com passadas um pouco técnicas e que dependendo do preparo do grupo exigem o auxílio de uma corda. 
Estávamos ansiosos, pois atravessados esses pontos começaria a se revelar a paisagem dos picos que dão nome à serra. Pontiagudos, e dispostos paralelamente, o Dedo de Deus, o Dedo de Nossa Senhora, o Cabeça de Peixe, o Santo Antônio, o São João, o Verruga do Frade, o Agulha do Diabo e o Garrafão parecem mesmo os majestosos tubos de um órgão, instrumento musical.

Órgão de Tubos Mosteiro de São Bento - Vinhedo.
Imagem: reprodução.
Vista parcial da cadeia de montanhas da Serra dos Orgãos.
Imagem: reprodução.






















O Elevador é uma escada de grampo de ferro colocada para dar segurança nos 50 m de subida vertical na pedra. Um pouco mais de caminhada e chegamos no "mergulho", que é um trecho de encosta que demanda muita atenção, como estava com muita neblina, usamos uma corda para descer com segurança. Descida concluída com sucesso, caminhamos até o "cavalinho", uma subida íngreme com abismo à esquerda, considerado o ponto de maior perigo na travessia. O primeiro a subir foi o Raul, que fixou a corda no grampo e foi puxando as nossas cargueiras para cima. Neste trecho a chuva não deu trégua, não conseguimos avistar nada.

Subida no Elevador, 50m bastante íngremes. Um gostoso desafio!

Detalhe dos grampos do Elevador.
Descida no Mergulho, ponto escorregadio em dias chuvosos.





















Superados os desafios do trajeto do segundo dia, seguimos caminhada rumo à Pedra do Sino. Após uma parada na sua base, decidimos subi-la mesmo com uma densa neblina. Não vimos nada, absolutamente nada da paisagem. Tudo branco, mas ainda assim comemoramos a conquista.
Chegamos no Abrigo 4 com chuva, eram 14h. Ao perguntar o guarda-parque qual o tempo de caminhada do dia seguinte, fomos surpreendidos com a resposta de que seriam somente mais 4 horas. Nos reunimos e decidimos que era melhor seguirmos a trilha e acampar no final da travessia, para no dia seguinte pegarmos a estrada descansados.
Nas últimas horas de caminhada, foi só descida, o que forçou bem os joelhos que reclamaram no final. Hora de botar o corpo no piloto automático, aí já sabe neh, é cada pedra que a gente tropeça. Mas pra baixo todo santo ajuda. 
O caminho é bem demarcado, nem precisa de GPS, é quase uma estrada. Além do mais é lindo, bem aberto sob a copa de uma mata fechada e cheio de cachoeiras e lagos à sua margem. A trilha termina quando se atravessa uma porteira, ao lado do último estacionamento da parte alta do parque pela portaria de Teresópolis, daí é só descer por alguns km até o camping.
Chegamos no camping, fomos montar as barracas, tomar banho, preparar o rango e descansar. No dia seguinte, antes do retorno, ainda deu tempo de conhecer a sede Teresópolis, comprar lembrancinhas e dar um mergulho na piscina meio natural, meio artificial construída ao lado da sede.