Montanhismo e Liberdade

quinta-feira, 27 de abril de 2017

Como surgiu o montanhismo no Brasil?




O Montanhismo é para uns um esporte, para outros uma filosofia de vida e ainda para outros um hobbie. Ele é daqueles esportes que ou você ama ou você ainda não experimentou verdadeiramente a sua essência.
O ato de subir montanhas por prazer, pelas paisagens, pela energia boa, pelo desafio de si mesmo é mais antigo do que se pode imaginar, é dado pelos praticantes como um data impossível de se precisar. Nem mesmo no Brasil, onde o montanhismo os registros são relativamente não muito antigos (cerca de quase 2 séculos), não há consenso.

Marco inicial: Quais são os melhores critérios?
O historiador do montanhismo brasileiro Rodrigo Granzotto Perón já contribuiu muito gerando seus bancos de dados sobre as expedições brasileiras na Ásia. Ele faz uma longa reflexão a seguir, com sugestões de critérios que deveriam ser usados na escolha do marco inicial do montanhismo no Brasil.
“Como marco inicial do montanhismo brasileiro, temos que descartar a 1ª subida do Pão de Açúcar (1817), a 1ª ascensão da Pedra do Sino (1841), e a 1ª escalada do Monte Roraima (1884), pois essas conquistas foram feitas por estrangeiros. Eu também não colocaria a 1ª escalada do Pico das Agulhas Negras (1856), mas essa não foi uma ascensão “completa”, já que José Franklin Massena não prosseguiu até o cume verdadeiro, parando em uma antecima (o cume foi tocado pela primeira vez apenas 40 anos depois)”. Perón continua:
Também eu descartaria a 1ª subida do Pico da Bandeira (1859), pois essa foi feita a mando de D. Pedro II, e a expedição foi apenas uma decorrência do imperialismo. Restam, portanto, três datas importantes do montanhismo brasileiro, em minha opinião:

1879: 1ª subida do Marumbi – Olimpo
Essa ascensão foi importante, pois foi “a primeira equipe de montanhistas reunidas no país, tendo como finalidade essencial realizar uma escalada esportiva de montanha” (como registrado por Cris Costa no Atlas do Esporte no Brasil).




1912: 1ª subida do Dedo de Deus
Essa foi a primeira escalada técnica em uma parede realmente difícil e desafiadora, e uma ascensão que realmente teve impacto na comunidade alpinística brasileira.




1953: 1ª escalada brasileira de um pico elevado no exterior – Aconcágua
O cume do Aconcágua foi uma espécie de rito de passagem para o montanhismo nacional, mostrando que os brasileiros podiam fazer bonito no exterior também, e não apenas em solo pátrio.




Perón finaliza sua reflexão com a seguinte afirmação: “Eleger um dos três – ou outro marco qualquer – é puramente arbitrário, e sem qualquer critério científico, sujeito a críticas e a contestações”.

O fato é que a prática do montanhismo vem crescendo muito no Brasil, mas ainda precisa de muito incentivo, apoio e compreensão por parte da sociedade. E a Equipe Montanhismo e Liberdade vem fazendo a sua parte pra que isso aconteça.

domingo, 16 de abril de 2017

Travessia Prados X Tiradentes [Serra de São José - MG]



E assim começa mais uma aventura, planejada e sonhada por todos!

Partiram de Viçosa Jean e Ernandia em um carro às 4h da madrugada, chegando em Ubá as 5:15h. Feito o contato com o pessoal do outro carro, que eram Lúcia, Jr., Wanderlice e Eduardo, que logo chegaram, então começamos nossa aventura rumo a Tiradentes.

Passando pela serra de Santa Barbara, que serração! E como não ficar deslumbrado com a natureza, essa que encanta e nos proporciona sentimentos escondidos em nós. O céu foi se abrindo pelo caminho, foi ficando azul, e o sol levemente tímido foi se revelando pleno decorrer do percurso.

Chegamos em Tiradentes e nos dirigimos diretamente para o Camping Tiradentes, lugar agradável de grande beleza, de encontro de rios, vários pontos de luz e água encanada, de árvores frutíferas que Ernandia já foi se engraçando com um pé de mexerica, como disse Wanderlice “candongueira”, para quem nunca ouviu como eu, significa fofoqueira traduzido pela própria Wand, que se deliciou e muito, com os gomos das mexericas.

Após Ernandia analisar bem o camping, checando os pontos certos para não haver surpresas de alagamento, fomos montar nossas barracas. Com as barracas montadas partimos para conhecer a cidade. Porém, antes precisávamos recarregar as energias, então paramos em uma padaria para tomar café e comer as delicias locais. Agora sim, podemos ir! 

Com um mapa de agência de viagem, que localizava os atrativos paramos no jardim em frente ao Rio das Mortes e definimos nosso roteiro, que seria visitar a pé as igrejas e demais atrativos na redondeza e depois, de carro, conhecermos a cachoeira do Paulo André. 

A primeira visita foi na igreja de Santo Antônio, construção belíssima com um visual ainda mais belo para a serra de São José desde o jardim da igreja Lucia, Jr, Ernandia, Jean e Cleide, Eduardo e Wand entraram para visitar seu interior pois e uma das três igrejas do pais com 400Kg de ouro em sua ornamentação, Eduardo queria saber dos números no piso de madeira, quando Wand contou que eram enterrados os moradores locais ali, logo um frio atravessou a espinha, e tratou logo de não pisar em nenhum número mais.

Seguindo o passeio fomos descendo as famosas ruas de casamento de pedra, com várias lojas de artesanato de encantar os olhos. Na praça com a estátua de Tiradentes decidimos pegar os carros e conhecer a famosa cachoeira do Paulo André, após informações subimos pela rua da igreja de São Francisco em direção ao bairro onde fomos informados que ficaria a cachoeira, após informações de moradores locais, chegamos ao local onde indica a trilha do carteiro, descemos e continuamos nosso percurso a pé onde avistamos as deslumbrantes borboletas Morfo Azul (Morpho menelaus). Seguimos trilha a cima passamos por duas pontes pequenas de madeiras que eram a referência para a cachoeira, como não vimos voltamos, ao perguntar a uma turista recém entalada fomos avisados que se trata de uma pequena queda d’água. Outra turista que também procurava a cachoeira nos sugeriu que visitássemos a cachoeira que fica na estrada velha sentido São João Del Rei e assim fizemos.

Após visitação fomos informados que na cidade vizinha de Santa Cruz de Minas tinha um restaurante em um posto de gasolina com comida caseira e preço acessível, nos dirigimos para lá pois já era por volta das 12 horas, encontramos e nos deliciamos com uma comida com sabor especial e principalmente mineira.

Após o almoço o grupo se dividiu em quem queria conhecer São João Del Rei e suas belezas e os que queriam ir descansar, o grupo de São João o qual eu estava vou em busca das famosas cocheiras da região, a aventura foi boa, ao perguntar em um restaurante na beira da rodovia, fomos orientados a entrar em uma rua de terra ao lado, ao entrar e seguir o caminho enformado fomos parar em um acampamento de ciganos, onde uma senhora lavava roupa em uma bacia, nos orientou a caminho certo. Voltamos e pegamos a direção da cachoeira dos três poços, porteira fechada e tínhamos que andar uns 40min. por trilha, como o almoço já pesava decidimos voltar para o acampamento para descansar. Passamos na rodoviária contratamos a táxi que nos levaria até Prados.

Já depois do descanso e banho merecido veio a noite com seu céu de estrelas que só quem admira sabe o valor que tem. Sopa quentinha, um bom vinho com os amigos que quiseram ficar e papear, assim que fomos nos recolhendo os companheiros de badalação foram chegando, em então hora de arrumar as cargueiras para a tão esperada travessia.

Acordamos as 5h e Jean e Ernandia já tinham esquentado a água para nossos cappuccinos, café da manhã tomados, barracas desfeitas e nossos táxis chegam pontualmente 6h. Embarcamos ruma a Prados, estrada mostrando o tempo todo a serra que nos esperava, fomos deixados na estrada que dá acesso a entrada do caminho perto de uma estação de água da COPASA. Caminhamos e já avistamos a placa de entrada e paramos para a primeira foto de registro do grupo.









Caminhamos até chegar na casa de construção onde o GPS nos indicou que deveríamos atravessar a cerca de arrame e seguir pelo pasto acima como a rota do Chico trekking nos dizia fazer. Após subir mais alguns metros chegamos na casa de pedra construção perto da pedreira desativada, mais fotos registros e já avistamos um pequeno lago de água, acabamos de subir e podemos avistar Prados, que bela vista, e pausa para o lanche, e avistamos ao longe um grupo de garotos subindo ao longe, acenamos e voltamos para nossa rota, continuamos e chegamos ao primeiro ponto de coleta de água onde enchemos nossas garrafas e tratamos com clorin como recomendado na rota. Caminhamos e chegamos ao primeiro acampamento onde deixamos as cargueiras e fomos até o Cruzeiro, que ali se encontrava o grupo de rapazes avistados antes, eles nos mostraram as cidades localizando São João Del Rei, Tiradentes e Bixinho um distrito, fotos para um registro no cruzeiro eles seguiram seus caminhos, e nós voltamos pegamos nossas cargueiras e continuamos, mais um ponto de água pela frente, passamos e seguimos rumo aos campos rupestres.




Caminhamos pelo precipício que era de uma beleza inexplicável, no meio da mata verde e fechada uma linda Quaresmeira se destacava e a brisa que nos oferecia um frescor revigorante. Por volta das 14h chegamos no segundo camping o que não tinha água, paramos para o almoço e merecido descanso, então ao verificar que tínhamos pouca água decidimos prosseguir e fazer a travessia apenas em um dia, mesmo com todos os equipamentos para acampar.


















Por volta das 16h chegamos na rota que nos levaria ao tumulo do carteiro, onde avistamos três rapazes que vinham da cachoeira e seguiria a trilha do carteiro, após conversas decidimos não ir no tumulo e seguir, ai vem um trepa pedra bem leve e mais uma serra bem puxada pois o cansaço o sol e a falta de água que já começava a faltar, paramos respiramos e continuamos.

Ao avistar Tiradentes e o som da maria fumaça nos enchemos de ânimo e acabamos de descer a serra, mais um ponto de coleta de água essa era especial o último como disse Ernandia, e com um brinde a mais, um mergulho de uma rã jovem, garrafas enchidas e fomos andando, pois, o sol já se despedia. Mas um pouco e o som da cachoeira nos fazia lembrar que o percurso estava no fim, alguns turistas acampando, outros na trilha de banho tomado. E ao escurecer nossas lanternas foram acionadas e um cheirinho de comida surgia no meio do mato!







E as 18:30 mais ou menos vimos as luzes da cidade o barulho de carros na estrada nos avisava que já estava acabando. Chegamos chamamos os táxis e mais uma vez registramos nossa vitória. Chegamos ao camping Tiradentes, tomamos um belo e maravilhoso banho e fomos nos deliciar uma pizza na cantina da Sandra. Voltamos ao acampamento repousamos e as 6h já estamos de pé para voltarmos para nossas casas e pegar o almoço de páscoa com nossos familiares. Em Ubá nos despedimos de Ernandia e Jean que seguiram para Viçosa, e lá conseguiram finalmente tomar o tão sonhado açaí da vitória.