Montanhismo e Liberdade

sábado, 16 de janeiro de 2016

IBITIaventura

Parque Estadual do Ibitipoca

 E assim começa 2016, mais um ano de muita aventura. Combustível que nos move enquanto Montanhistas, nos aperfeiçoa como seres humanos e reforça nosso eterno amor pela natureza.
            De mochila nas costas e cheios de expectativas. Foi assim que deixamos Viçosa-MG, por volta de 17:30 da sexta(08/01) e rumamos  sentido à Lima Duarte-MG onde  situa-se o Parque  Estadual do Ibitipoca, cenário da nossa IBITIaventura .O local onde ficamos acampados dista em média 2 km da portaria do Parque, chegamos era umas 23:00 . O Parque, por sua vez, é o mais visitado do Estado. Fato facilmente compreendido devido à infraestrutura e manutenção que o mesmo possui.


            No sábado, acordamos antes das 6 da manhã, preparamos nosso café e após rápida passagem pelo Centro de visitantes adentramos na trilha do circuito Janela do Céu. Chegar à Janela do Céu era a principal meta de nossa aventura. O nível de dificuldade é tido como alto. Entretanto, as trilhas são limpas, sinalizadas e com atrativos devidamente identificados em placas, o que fez com que a caminhada fosse tranquila. Nosso grupo era de quatro pessoas, pequeno, mas repleto de energia e animação. Em meio a muita conversa, histórias e brincadeiras, fizemos os 18 km do percurso.
















             

A natureza exerce um fascínio muito grande sobre quem nela se encontra, e a paisagem da região mitigava o cansaço. Antes mesmo de esse predominar, chegávamos a algum mirante ou a alguma gruta escavada no quartzito, rocha predominante na área. Por ser facilmente decomposta e quebrável, fornece riscos à prática de esportes como escalada e rapel, sendo esses proibidos. O ponto mais alto do Parque é o Pico da Lombada com 1784 metros de altitude. A partir dele é possível ter uma visão de 360° dos típicos mares de morro, de cidades e de tudo que compõe a paisagem, até a vista se perder no horizonte.


            Após pararmos em todos os atrativos ao longo da trilha, de modo a aproveitar aquilo que natureza nos proporciona, chegamos à Janela do céu. O nome, em nenhum momento equivocado, faz jus ao cenário deslumbrante do local. Entramos na água, tiramos fotos, contemplamos aquela vista maravilhosa, de uma beleza incomensurável.


 Nossa tarde fora uma caminhada de retorno, sentido à portaria do Parque, passando e parando em alguns pontos do circuito das águas. Chegamos à área de camping, tomamos um bom banho e fomos até o arraial “Conceição do Ibitipoca”, sua infraestrutura é toda voltada a atender os turistas e visitantes do parque, que dista em média 3 km deste. São muitas as lojas de artesanatos, bares, pousadas, restaurantes. Demos uma volta pelo local e retornamos ao camping, onde jogamos ping pong, preparamos nosso jantar e fomos descansar.
No domingo (10/01) pela manhã fizemos o circuito das águas, cujo nível de dificuldade varia de médio a baixo. Seus atrativos são um mais lindo que o outro.


São vários os lagos, cachoeiras, mirantes, paredões, prainhas e piscinas naturais. A cor da água varia do amarelo ao preto, devido à grande quantidade de matéria orgânica presente na região quartzítica. O cenário propicia descanso, paz e muita inspiração para refletirmos acerca da vida e tudo que nos cerca.






Após terminar o circuito e termos contemplado quase todo o parque, desmontamos as barracas e retornamos para casa, com mais uma aventura na bagagem, felizes, realizados e com o coração pedindo mais. Estáticos são somente os mortos, estamos cada vez mais vivos! "Somos Montanhistas por essência, livre por natureza"

           




            Ah, as fotos é pra dar um incentivo!

sábado, 2 de janeiro de 2016

Parque Nacional do Itatiaia

"Montanhista por essência, livre por natureza"


O Parque Nacional do Itatiaia (PNI) foi o primeiro parque nacional criado no Brasil. A sua fundação data de junho de 1937. Situado na Serra da Mantiqueira, o parque abrange os municípios de Itatiaia e Resende, no estado do Rio de Janeiro, e Bocaina de Minas e Itamonte, em Minas Gerais, onde ficam aproximadamente 60% de seu território. Apresenta um relevo caracterizado por montanhas e elevações rochosas, com altitude variando de 540 a 2.791,55 m, no seu ponto culminante, o Pico das Agulhas Negras.

Nossa paixão pelo montanhismo nos cobrava a ascensão ao cume do Morro do Couto 2.680 metros, Prateleiras 2.540 metros e Agulhas Negras 2.791 metros de altitude.

Deu certo! Minerada reunida.

Viçosa 03 integrantes, Ubá 05, Rio Pomba 01, Belo Horizonte 01.



Após alguns dias de planejamento saímos de Viçosa no dia 26 de Dezembro 2015, com destino à Ubá, onde encontramos boa parte da galera na maior animação. De Ubá saímos para encontrar mais um em Rio Pomba, o Raul. Galera quase completa, só faltava outra guerreira, a Ana, que saiu de Belo Horizonte para se juntar a nós em Juiz de Fora. Enfim galera reunida e pronta para a viagem, próximo destino Volta Redonda- RJ, onde pernoitaríamos na casa de um amigo.


Dia 27, levantamos cedo, deixamos Volta Redonda para trás ainda com as luzes da cidade acessas, seguimos com destino PNI, mas antes de pegar a estrada de terra de acesso ao parque paramos numa lojinha de comidas tipicamente mineiras, Bar do Miguelzinho, com queijos, pamonhas, pão com queijo, pastel, cachaças e muitas outras culinárias mineiras.


De barriga cheia seguimos à direita numa estrada de terra até a portaria do parque. Finalmente chegamos na portaria onde encontramos o nosso guia para fazermos o preenchimento da papelada e pagamento das taxas com direito a três dias de acesso. Logo partimos com os carros por mais 100 metros à frente até o estacionamento, fizemos os últimos ajustes nas mochilas para seguir rumo ao cume do Morro do Couto.



1º Dia - Morro do Couto


Decidimos pelo Morro do Couto, que não exige escalada e está em oitavo na lista dos mais altos do Brasil com seus 2.680 metros de altitude, pouco atrás do Pico das Agulhas Negras, também localizado no parque.


A trilha é linda e com nível de dificuldade moderado que dá vontade de subir em todas as pedras pelo caminho, pois em cada uma delas é possível avistar um novo horizonte. Logo a trilha começa a ficar um pouco íngreme e surgem algumas pedras o que nos obrigam a usar as mãos. E pra descer, é como sempre digo, na descida todo santo ajuda haha. Ao longo da caminhada é possível observar parte do Vale do Paraíba, a Serra Fina e parte da área alta do parque.




A conquista do cume do Couto é feita através de um trecho de "escalaminhada" sem a necessidade de equipamento de segurança.





Do alto é possível ter um belo visual de 360º. No topo fizemos um lanchinho, tiramos fotos e apreciamos a natureza que a cada segundo nos presenteava com um cenário diferente, seja com o tempo nublado, neblina e sol. Na descida conhecemos o Sapinho "Flamenguinho", uma espécie endêmica e também símbolo do Parque.








Primeiro desafio cumprido! Hora de ir para o camping, mas antes demos uma passadinha para conhecer a Pedra do Camelo, local que fica ao lado da estrada de acesso ao Parque e com vias de rapel e escaladas.


Aproveitamos e fizemos um rapelzinho de aproximadamente 30m, logo em seguida partimos para a Pousada dos Lírios. O acesso à pousada é difícil, estrada de terra cheia de curvas e buracos, mas compensada pela visão da mata que a cerca com uma grande presença de araucárias (árvore de característica de ambiente frio). A pousada é linda, mas a área de camping é encharcada devido às condições climáticas da região e também cercada por araucárias, o que torna o ambiente magnífico.















2º Dia - Cume das Prateleiras

De barriga cheia partimos pra mais uma trilha e um dos nossos carros não conseguiu subir, precisou de uma força braçal, porém tudo era motivo de gargalhada, humor era o nosso lema. Seguimos!!!


As Prateleiras é um dos principais atrativos do PNI - Parque Nacional de Itatiaia, sem dúvida, um dos mais bonitos. Durante a caminhada, passamos pela sutil nascente do rio Campo Belo, que alimenta muitas das quedas d´água da parte baixa do parque.



Logo chegamos ao abrigo Rebouças, ponto onde se iniciam as trilhas para Agulhas Negras, Prateleiras, Cachoeira de Aiuruoca e Travessia da Serra Negra. Enchemos as garrafas de água, tomamos um fôlego e já era hora de por o pé na trilha.


Embora tenhamos ficado fascinados com tanta beleza natural não poderíamos deixar de prestar atenção na trilha visto que esconde alguns perigos... assim o jeito é continuar no ritmo pois ainda falta bastante para o nosso objetivo.


Algumas paradas para abastecimento de água e para apreciar a paisagem apesar da pouca visibilidade por causa neblina. Avistar o Pico pela primeira vez sem dúvida é de tirar o fôlego! Imaginar que em alguns minutos estaríamos lá no topo assinando o livro de chegada era sensacional.




Chegamos à base das Prateleiras, para iniciar a “escalaminhada” até o cume. Antes de começar a escalaminhada observamos o tempo, pois havia neblina, enquanto isso ficamos mirando o topo daquela montanha apesar da pouca visibilidade. E a vontade de estar lá em cima era grande.


E lá vamos nós rumo ao topo!!! Com muita motivação começamos a jornada em um terreno bem pedregoso e cheio de trepapedra. Haviam momentos que nos perguntávamos: como essas pedras foram parar aqui?

A neblina estava cada vez mais intensa e acabara deixando as pedras escorregadias o que dificultou o acesso, mas no final das contas aos pouquinhos, mesmo em meio às dificuldades das pedras um pouco molhadas conseguimos passar.


Enquanto o guia lançava as cordas em alguns lances mais difíceis, nós aproveitávamos estes minutos para descanso, na verdade era uma pequena pausa para o próximo passo... e estaríamos quase lá...


E finalmente chegamos ao nosso destino final, O TOPO!!!


E lá estava uma de nossas recompensas, O LIVRO!!! Assinamos o livro, deixamos ali uma frase, um sinal de missão comprida, um desejo realizado, tudo muito rápido, pois a neblina tomava conta do cenário e aumentava o grau de dificuldade para a descida em pedras escorregadias.





3º Dia - Pico das Agulhas Negras


O Pico das Agulhas Negras é a principal elevação no planalto, seu pico atinge 2.791,55 m, o ponto mais alto do Parque e quinto mais alto do país segundo dados do IBGE (2011). O visitante tem a opção de caminhar apenas até a base ou seguir até o cume.

Novamente de barriga cheia partimos e, como no dia anterior, um dos nossos carros não conseguiu subir e precisou de uma força braçal.


Começamos a trilha com uma neblina bem forte e até então imaginávamos que chegaríamos somente até a base do Pico das Agulhas Negras, mas no fundo tínhamos um sonho e uma sensação que conseguiríamos chegar ao topo. A cada passo aquela sensação de estar mais próximo do cume, apesar das dificuldades por causa das pedras escorregadias. Enfim chegamos na base do Pico.






Uma parte da equipe teve que retornar devido ao grau de dificuldade da escalaminhada ao cume. Após a subida pela fenda, a trilha foi se aproximando do cume pela via Pontão, passando por alguns trechos que foram vencidos com o auxílio de cordas fixadas nos grampos para garantir a segurança.


A conquista do topo do Pico das Agulhas Negras (chegada ao cume pela via Pontão é também a chegada ao último ponto sem equipamentos de segurança a partir dali é necessário o uso de técnicas de escalada, isto porque o cume do Itatiaiaçu, onde fica o livro de registro está separado por uma fenda que exige um rapel e em seguida uma escalada para o acesso). Foi memorável para todos, pois pensávamos que não conseguiríamos chegar ao topo do Itatiaiaçu devido à intensa neblina e seria muito perigoso tentar escalar.



A partir do topo é possível ter uma visão panorâmica da região, o que deixou a aventura ainda mais emocionante e em meio a um cenário não muito convencional com tanta neblina e vento.


A sensação ao chegar foi de dever cumprido e uma sensação de liberdade, parece que esquecemos todos os problemas. Com certeza valeu muito a pena!
Apesar de não ter registrado a nossa presença no livro de cume, era hora de confraternizar e fazer algumas fotos clássicas.















A descida foi ainda mais complicada visto que a chuva começou a ficar mais forte o que deixou a aventura com mais adrenalina!!!


E também nos despedimos do PNI com um gostinho de quero mais afirmando que com certeza voltaremos em breve!!! 

Pernoitamos no camping para o dia seguinte retornarmos para casa.
A volta foi muito divertida, a medida que o PNI ia ficando para trás, a saudade do clima frio aumentava. 


Venha você também para a montanha!!!