Montanhismo e Liberdade

domingo, 6 de março de 2016

Aventuras de Carnaval

Aventura quando é boa, nunca é  tarde  para ser relatada!   A aventura do carnaval é uma dessas!


Um carnaval um tanto diferente, mas exatamente o que queríamos: boas caminhadas, aventuras, com pessoas de bem e músicas cantadas a voz e violão. O destino desta vez foi o Parque Estadual da Serra do Brigadeiro (PESB). Juntamos 15 pessoas, vindas de Viçosa, Ubá e BH.
No dia 06, sábado, saímos pela manhã e chegamos no PESB. A entrada do parque fica situada no município de Araponga (MG), produtor do melhor café do Brasil!
Já pela estrada, avistamos um pé de Conde e claro, paramos um pouquinho para tentar apanhar e comer. Ermandia subiu na árvore, porém abelhas não deixaram ela ficar por muito tempo. O certo foi a jogação de paus e pedras que Jean e Riverson fizeram, colhemos alguns frutos que todos apreciaram. Eu trouxe umas sementes que já começam a germinar. De lá avistamos a pedra do pato, no inicio foi difícil, mas nada como outro olhar ou ajudinha mesmo nos faça enxergar.
Passamos também pela Ermida de um senhor, Antonio Martins, que viveu naquele povoado e o pessoal de lá conta a estória que era uma região habitava por povos indígenas, em especial, o grupo de etnia Puri. E que foi o primeiro lugar com extração e exploração de ouro pelos portugueses. Porém, isto se deu por meio de um confronto e verdadeira guerra contra os Puris. Hoje, este povo se organiza num movimento de ressurgência Puri, a fim de se reconstruir com elementos do passado e contar a sua história, marcada por conflitos e disputas territoriais.
Nos encaminhamos primeiramente na casa de Dona Margarida e Seu Nem. Lá almoçamos um delicioso arroz com feijão tropeiro e carne de porco, mais uma salada de alface e outras verduras, bem cortadinhas. Dona Margarida também nos ofereceu queijo, rapadura e melado, de produção própria. Aproveitamos e levamos para nossos lanches e caminhadas. Sua casa fica pertinho da Cachoeira das Bromélias. Fomos até lá conhecer e fazer o primeiro rapel da viagem. Um rapel bem tranquilo, onde algumas pessoas foram batizadas no esporte!





Outro lugar bom de fazer rapel é a Pedra da Tartaruga, também próxima à casa de Dona Margarida, porém deve-se observar os horários, pois não há sombra no local e a rocha pode esquentar muito durante o dia.
Ficamos na Pousada Serra D’água, onde encontramos com o nosso guia, Seu Tarcísio, que é da região e trabalha como guia a mais de 15 anos, seja com grupos como o nosso, seja com pesquisadores que trabalham no parque. À noite, fizemos um churrasco, cantamos muito e fomos descansar, pois o outro dia começaria cedo.


Assim, no domingo, esperamos o café da manhã e saímos rumo a caminhada pela trilha da Serra das Cabeças. São três montes (cabeças) à frente e uma atrás sem denominação. A frente tem-se, da esquerda para direita, Mamute, Elefante e Índio. Da pousada até esta placa constam cerca de 3 km no GPS e gastamos cerca de uma hora.


Durante o percurso passamos por cachoeiras e quedas d’águas. Vimos o sapo de chifre escondido por entre as folhagens.
No alto, paramos para lanchar, apreciar a vista e que vista! Dá para ver várias serras e o horizonte dista longe. Fora as belíssimas vegetações, as orquídeas floridas em amarelo, lilás e muitas plantas adaptadas a região de campos rupestres. Depois o grupo se dividiu, uns retornaram e outros subiram o Elefante.



No fim de tarde voltamos, bem cansados e tomamos aquele banho e a chuva logo caiu.
A programação que seria de sábado e  domingo, se  estendeu para  segunda e depois  para terça-feira.  Na tarde de domingo  fomos  surpreendidos por uma  tempestade  comum  em ambientes serranos. Algumas  barracas  ficaram inundadas e acabamos tendo que  improvisar  uma  noite  na casa do guia da  pousada.

       Na  Segunda, a  intenção era  a  de  fazer  um  rapel na Pedra da Tartaruga, pela manhã e à  tarde, curtirmos as 3 quedas e os atrativos que rodeiam-na. Contudo,  decidimos  ir direto para  as 3 quedas, uma  vez  que já estava  tarde para  rapelar  aquela rocha muito exposta ao sol.
       Passamos  a manhã  toda na água, a  fita do slackline  fora montada acima do poço  das antas e  ali a  diversão  foi  garantida  pela manhã toda! Quando a fome bateu, saboreamos um delicioso e típico almoço na pousada do Sr. Adão e depois seguimos com  a intenção de rapelar a cachoeira das  Três Quedas. Essa cachoeira é simplesmente linda! Todos nós entramos embaixo da  última queda e  recebemos  gratuitamente  uma massagem pra esteticista nenhum botar defeito, lavamos o corpo e a alma! A água estava tão boa que apenas Jean e Luciano rapelaram a cachoeira. Nós, restante do grupo, ficamos curtindo a mesma de baixo.





 Com uma  galera  bacana e muito animada, o fim do dia  chegou  num piscar de olhos  e  o gostinho de quero mais, levou novamente ao grupo adiar a volta para casa para o outro dia. Assim, ficaram acampados no Sr. Adão e na terça cedinho rapelaram a  Pedra da Tartaruga, seguindo sentido à  suas respectivas casas no período da tarde!






Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu”.
Amyr Klin