Montanhismo e Liberdade

terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

M&L na Travessia Petrópolis x Teresópolis [Serra dos Órgãos - RJ]

          
             Entre os dias 24 a 26 de fevereiro, a Equipe Montanhismo e Liberdade chega à uma das mais famosas do Brasil e tão sonhada travessia Petro x Terê. A travessia fica dentro do Parque Nacional da Serra dos Órgãos (PARNASO) e para realizá-la é necessário comprar os ingressos com antecedência.
Veja um pouquinho de como foi essa conquista!



Enfim, chegou o grande dia e o sonho já estava sendo realizado, saímos de casa de madrugada, com destino a Teresópolis onde contrataríamos um táxi que nos levaria para a portaria do Parque em Petrópolis. Chegando fomos resolver todas as burocracias de ingressos, comprovantes de pagamentos e termos de responsabilidade. Cada visitante recebe uma pulseira de identificação que poderia ser retirada do braço somente ao final da travessia. Ela identifica qual trekking estamos fazendo.

1º Dia - Portaria x Açu (XX Km)

Fomos liberados! Começamos a subida às 13h, subida íngreme, mas com trilha bem sinalizada. Depois de algum tempo de caminhada deparamos com uma cobra atravessando a trilha. Era uma linda e grande Jararaca que ao nos ver saiu de fininho e tomou seu rumo. Antes disso, corremos para fotografá-la pra poder mostrar para vocês!

A jararaca, uma das serpentes venenosas mais conhecidas do Brasil, é uma espécie típica de Mata Atlântica que possui hábitos noturnos e terrícolas.

Alguns morrinhos, vários passos dados e chegamos no chapadão, trecho tranquilo, com belas paisagens. O Sol já se retirava quando avistamos o Castelo do Açu, mas isso não nos impediu de fazer algumas belas fotos e de apreciá-lo. Ao chegar no abrigo, fizemos o check in e fomos montar as barracas na área de camping que fica um pouco acima do abrigo. Tomar um banho e preparar a janta. Nosso cardápio do dia? "Sopa" e refresco, prato ideal para recarregar as energias na noite fria.
No dia seguinte, acordamos com o tempo tomado pela neblina e subir o mirante era impossível. Fomos tomar o nosso café. Durante o preparo conhecemos dois mineirinhos de Valadares, o Daniel e o Henrique, gente finíssimas que pediram permissão para caminhar conosco o restante da trilha. Acabaram se tornando membros permanentes da equipe.






















2º Dia - Açu x Pedra do Sino x Portaria (XXY Km)

Todos preparados, hora de botar o pé na trilha rumo ao Abrigo 4, destino do segundo dia. Entre nós e ele estavam, além da Pedra do Sino, cinco vales. Era um sobe desce bastante exigente, mas quando se trata de montanha estamos sempre preparados.
O trajeto do segundo dia no sentido Petrópolís-Teresópolis traz três bons desafios, o Elevador, o Mergulho e o Cavalinho. São trechos com passadas um pouco técnicas e que dependendo do preparo do grupo exigem o auxílio de uma corda. 
Estávamos ansiosos, pois atravessados esses pontos começaria a se revelar a paisagem dos picos que dão nome à serra. Pontiagudos, e dispostos paralelamente, o Dedo de Deus, o Dedo de Nossa Senhora, o Cabeça de Peixe, o Santo Antônio, o São João, o Verruga do Frade, o Agulha do Diabo e o Garrafão parecem mesmo os majestosos tubos de um órgão, instrumento musical.

Órgão de Tubos Mosteiro de São Bento - Vinhedo.
Imagem: reprodução.
Vista parcial da cadeia de montanhas da Serra dos Orgãos.
Imagem: reprodução.






















O Elevador é uma escada de grampo de ferro colocada para dar segurança nos 50 m de subida vertical na pedra. Um pouco mais de caminhada e chegamos no "mergulho", que é um trecho de encosta que demanda muita atenção, como estava com muita neblina, usamos uma corda para descer com segurança. Descida concluída com sucesso, caminhamos até o "cavalinho", uma subida íngreme com abismo à esquerda, considerado o ponto de maior perigo na travessia. O primeiro a subir foi o Raul, que fixou a corda no grampo e foi puxando as nossas cargueiras para cima. Neste trecho a chuva não deu trégua, não conseguimos avistar nada.

Subida no Elevador, 50m bastante íngremes. Um gostoso desafio!

Detalhe dos grampos do Elevador.
Descida no Mergulho, ponto escorregadio em dias chuvosos.





















Superados os desafios do trajeto do segundo dia, seguimos caminhada rumo à Pedra do Sino. Após uma parada na sua base, decidimos subi-la mesmo com uma densa neblina. Não vimos nada, absolutamente nada da paisagem. Tudo branco, mas ainda assim comemoramos a conquista.
Chegamos no Abrigo 4 com chuva, eram 14h. Ao perguntar o guarda-parque qual o tempo de caminhada do dia seguinte, fomos surpreendidos com a resposta de que seriam somente mais 4 horas. Nos reunimos e decidimos que era melhor seguirmos a trilha e acampar no final da travessia, para no dia seguinte pegarmos a estrada descansados.
Nas últimas horas de caminhada, foi só descida, o que forçou bem os joelhos que reclamaram no final. Hora de botar o corpo no piloto automático, aí já sabe neh, é cada pedra que a gente tropeça. Mas pra baixo todo santo ajuda. 
O caminho é bem demarcado, nem precisa de GPS, é quase uma estrada. Além do mais é lindo, bem aberto sob a copa de uma mata fechada e cheio de cachoeiras e lagos à sua margem. A trilha termina quando se atravessa uma porteira, ao lado do último estacionamento da parte alta do parque pela portaria de Teresópolis, daí é só descer por alguns km até o camping.
Chegamos no camping, fomos montar as barracas, tomar banho, preparar o rango e descansar. No dia seguinte, antes do retorno, ainda deu tempo de conhecer a sede Teresópolis, comprar lembrancinhas e dar um mergulho na piscina meio natural, meio artificial construída ao lado da sede.








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